Futsal brasileiro - 30 anos de uma façanha

12/06/2012 - 19h38, por Redação



Há três décadas, Jackson, Walmir e Paulinho Bonfim ajudavam o Brasil na conquista do inédito título mundial

Felippe Drummond Neto – Do Hoje em Dia – 6/06/2012 – 14h57

Parabéns para o futebol de salão brasileiro. Um dos esportes mais praticados no país comemora nesta quarta-feira (6) 30 anos de seu primeiro título Mundial. Na final, o Brasil derrotou o Paraguai por 1 a 0, no Ginásio do Ibirapuera, e ergueu o troféu da categoria, em 6 de junho de 1982.  A façanha histórica teve participação especial de um trio mineiro. O gol do título foi marcado por Jackson, considerado o principal nome da história do Futsal brasileiro. Além dele, Paulinho Bomfim e Walmir representaram o Estado na inédita conquista.

Passados 30 anos, os ex-jogadores, que construíram suas carreiras defendendo o Olympico Club, conhecido como “Tricolor da Serra”, mudaram de vida e seguiram rumos diferentes. Formado em Economia, Jackson é proprietário de uma loja de materiais esportivos, no Pampulha Iate Clube. Paulinho se formou em direito e trabalha como advogado. Já Walmir montou um restaurante em Santa Tereza. Contudo, mesmo após três décadas, a proeza ainda está fresca na memória do trio que brilhou nas quadras.

Organizado pela Fifusa – antiga gestora do Futsal, atualmente feito pela Fifa, o Mundial foi disputado de 30 de maio a 6 de junho, em São Paulo. O torneio teve a participação de dez seleções (Brasil, Argentina, Costa Rica, Tchecoslováquia, Uruguai, Colômbia, Paraguai, Itália, México, Holanda e Japão). Os jogos foram transmitidos ao vivo, em horário nobre, para todo o Brasil.

A iniciativa possibilitou a grande divulgação do esporte. “Foi uma coisa de louco. Estávamos acostumados a jogar em ginásios menores, que cabiam no máximo 6 mil torcedores e, no Mundial, chegamos a jogar para até 20 mil. Era muito bom, mas a pressão aumentou”, relembra Jackson, eleito o melhor jogador do Mundial.

Além de marcar o gol na final, Jackson eternizou a camisa 12, assim como fez Pelé, com a 10, nos gramados. O mineiro chegou à Seleção como um ilustre desconhecido. Por isso, teve que esperar os mais antigos como Leonel, Miral e Branquinho, escolherem suas camisas. Quando chegou sua vez, sobraram apenas números como 12, 15 e 16.

“Fiquei com a 12 porque achei diferente e deu certo. Ganhamos o Mundial e passei a usá-la em todos os títulos que disputei com a camisa verde e amarela. Além disso, fui considerado o melhor atleta do ano e o melhor jogador do mundo. Desde que abandonei a Seleção, esta camisa passou a ser muito disputada e usada por craques como Vander Iacovino e, agora, Falcão”, comenta o ex-craque.

Embora exaltem a conquista, o tratamento dispensado pela Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) é alvo de crítica. “Foi um privilégio fazer parte de tudo isso. A única mágoa que temos é com a Confederação. Nunca recebemos uma homenagem. Agora é tarde, porque alguns jogadores daquele time já morreram”, reclama o ex-fixo Walmir.

Sacrifícios do amadorismo

Para alcançar o título mundial, a Seleção teve que trabalhar duro e os jogadores chegaram a arriscar seus futuros para que tudo desse certo.Na ocasião, o esporte ainda não era profissionalizado e os jogadores se dividiam entre as quadras e os empregos formais. Por isso, tiveram que fazer acordos com os patrões ou até mesmo abandonar os trabalhos. “Como não éramos profissionais, tivemos que fazer uma escolha entre representar o Brasil ou permanecer nos nossos empregos. Deixamos tudo para trás e fomos representar nosso país. A maioria dos jogadores não vivia do esporte, a não ser aqueles que eram contratados por empresas, para trabalhar e jogar. Por essas e outras, tínhamos que ganhar o título”, conta o ex-ala Paulinho Bomfim.

Além da difícil escolha entre o esporte ou o trabalho, os jogadores comandados pelo técnico Júlio César Vieira foram submetidos a um exaustivo programa de treinamentos. Durante 15 dias, o grupo trabalhou em Fortaleza em jornadas de aproximadamente 8 horas diárias.

Depois desse período, a Seleção brasileira desembarcou em São Paulo onde fez dois amistosos preparatórios para o grande mundial. “Foi muito difícil, mas valeu a pena no final. Conseguimos o título, abrimos portas para o esporte que não era tão reconhecido e, o mais importante, criamos amizade. Aquele grupo era mais do que uma Seleção, eram amigos que brincavam de fazer o que mais gostavam”, recorda o ex-fixo Walmir.

“Não tinha um time titular, todos estavam preparados para jogar assim que o técnico chamasse, e todos aceitavam começar no banco ou até mesmo nem entrar no jogo”, revela Jackson.

Técnica deu lugar à força

De 1982 para cá, muita coisa mudou. A modalidade deixou de se chamar futebol de salão para ser conhecida como futsal. Nas regras, duas modificações merecem destaque. Antes restritos à área, atualmente, os goleiros podem ultrapassar aquele espaço e fazer as vezes de um jogador de linha. Por outro lado, ficaram mais vulneráveis com a permissão para se fazer gol de dentro da área.

No entanto, o que mais chama a atenção dos ex-jogadores é o estilo de jogo. “Eram outros tempos. O futebol de salão tinha todo o charme do futebol brasileiro. Jogadores habilidosos, com muita técnica. Diferentemente do que vemos hoje, em que todo mundo joga igual, os jogadores são fortes fisicamente e o preparo físico é que ganha os jogos. Hoje, raros são os atletas que atuam no Futsal com o espírito do verdadeiro futebol de salão”, compara Paulinho Bomfim.

Além disso, os ex-campeões lamentam o atual momento que a Seleção Brasileira atravessa. O Brasil não disputará o Mundial em dezembro, na Tailândia, porque não conseguiu se classificar na Eliminatória Sul-Americana.

“Os jogadores estão saindo muito cedo do país e não estão tendo tempo para uma formação completa. Além disso, o mundo todo joga da mesma forma: correria e toque de bola em linhas. Falta aquele individualismo de antigamente. E ‘ai’ de quem se atrever a não fazer apenas o que é treinado”, debocha Bomfim.

“Hoje, o Futsal é muito mais marketing e brigas de ego do que um esporte. Um determinado jogador que tem nome, não aceita ir para o banco. Na nossa época não tinha nada disso, éramos todos por um e um por todos, no sentido literal da frase”, acrescenta Jackson, em tom crítico.

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